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14 agosto 2014

Amizade verdadeira

Já falei sobre a criação de crianças juntamente com animais em grupos no face e em comentários em diversos outros blogs que abordaram o assunto, e para quem ainda não sabe, sim, eu sou totalmente a favor!
Vejo muitas mães que antes de engravidar tinham um animal de estimação e era um xodó que só, mas depois que o bebê estava a bordo preferiram se afastar do animal ou até mesmo doar, tendo a certeza que ele de alguma forma transmitiria algum mal para o bebê que estava para chegar. E eu, Amanda Gimenez, não consigo ver um motivo concreto para tal atitude. E vou contar hoje um pouco da minha experiência sobre a amizade entre minha filha e minha cachorra.



A Sandy (minha cachorrinha), já conviveu com  outras duas crianças além da Mariana, que foram o Arthur (meu priminho) e a Isabela (titia da Mari). Tudo bem que quando isso aconteceu, ela não tinha todos os luxos que tem em casa, afinal na casa da minha avó, onde morávamos antes, lugar de cão era no quintal. E apesar de não entrarem dentro de casa, eram muito bem cuidados. Sim, ERAM! Porque na época, a Sandy convivia com mais dois cães. A Dotty, uma Poodle que era muito brava com as visitas, mas com quem era de casa era um doce. E tinha um cachorrinho, o Bob, que ficava na garagem, separado das outras duas por ser macho.
Como eles não ficavam dentro de casa durante todo o dia, era uma festa quando a entrada era liberada. Quer dizer, era uma festa até avistarem o andador! Quando elas viam já corriam. Nem ficavam perto, porque tinham noção que  aquilo machucava e que se acontecesse de uma mordida surgir, iriamos dar uma bronca nelas, mesmo a culpa não sendo totalmente das coitadas. Então sabiam o momento certo de se manter longe.
Tenho que admitir que quando descuidávamos os bebês acabavam não resistindo e puxavam os pelos, e aí era inevitável uma mordidinha como aviso. Na verdade, nem podíamos considerar como mordida, era só um susto mesmo, não ficava marca nem nada. E a Sandy era sempre a autora da mordida, porque apesar de saber que corria riscos, ela adorava ficar perto de bebês. Já a Dotty não, ela sempre se mantinha longe e preferia os adultos.
Quando nos mudamos, decidimos levar a Sandy conosco e a Dotty e Bob ficaram mais um tempo com minha vó, até que vieram a falecer uns cinco anos depois. Pois bem, depois de muito tempo morando em casa, a Sandy se tornou a rainha. O sofá era dela, as camas eram dela e meu pai também rs. Mas quando engravidei, nove anos depois da ultima convivência diária dela com bebês, parecia que a coitada sentia que algo iria mudar, e que o trono teria que ser dividido. E foi o que aconteceu!
A Mari nasceu e com isso fiquei três dias longe de casa até termos alta do hospital. Quando chegamos em casa fomos recepcionadas por ela mesmo, toda alegre! Pulava em minhas pernas, sorria (sim, ela parece sorrir as vezes), e emitia uns sons que pareciam mais com um agradecimento, um som de boas vindas. Depois que ela se acalmou, eu ajoelhei do seu lado, com a Mari no colo, e "oferecia" a bebê para que ela fizesse o reconhecimento da nova membra da casa. Ela cheirou a bebê como se fosse algo que nunca havia visto, e que realmente não tinha, olhou para mim, abaixou a cabeça, se esquivou e entrou para dentro de casa. Na hora fiquei sem reação, apenas terminei de cumprimentar meu pai e minha irmã e logo minha mãe foi atrás da Sandy que estava no quarto, que é para onde ela vai até hoje quando quer ficar no seu cantinho rs.
De primeira, como vocês podem ter percebido no trecho acima, ela não gostou muito da ideia, era estranho, mas foi algo passageiro.



Um tempo depois o estranho se tornou mais do que normal, alias ela parecia achar que a Mariana era dela. Toda visita que pegava a bebê no colo ela fazia questão de estar perto, seguia para onde a pessoa fosse e se certificava que a bebê ainda estava ali. Quando a Mari dormia e colocavamos ela no sofá, a Sandy deitava do lado, e se deixássemos em cima dela kkk. E assim seguiu. A Mari cresceu, e junto com isso uma amizade linda.
As vezes ela tenta judiar da Sandy, mas sempre brigamos e dizemos que não pode, que o auau só gosta de carinho e assim ela  está aprendendo. São raros os dias em que temos que chamar a atenção. E agora que a Mari está andando e falando é só "Tudy" para cá, "Tudy" para lá, e lá vai a Mariana atrás da Sandy querendo dividir o que ela esta comendo, ou querendo dar um beijinho e um aperto na coitada.


Essa é minha história e experiência no assunto. Mas todos sabemos que ha exceções, e que não são todos os animais que convivem bem com crianças. É algo que deve ser observado com o tempo. E o animal deve ter as vacinas em dia, estar sempre limpinho e ser paciente, muuuuuito paciente. E lembrando que por mais manço que a animal seja, não podemos depositar 100% de confiança. Afinal como já disse, bebês não tem noção do que é dor, então pode ser que por mais que você ensine que judiar não pode, eles tenham a reação contrária e acabem puxando e batendo sem a noção de que aquilo realmente machuque, e assim o animal reaja da única forma que sabe, mordendo!
Além de já ter minha opinião formada a tempos, o pediatra da Mari (que também é alergista) ainda fez com que eu fosse mais a favor ainda, dizendo que os malefícios que um animal bem criado trás para uma criança, não é nada comparado aos beneficios. A formação de caráter, redução de doenças cardíacas, fortalecimento do sistema imunológico , desenvolvimento do senso de responsabilidade, noção de lealdade, amizade e companheirismo...São alguns beneficios que um animal trás para uma criança. E eu podia ficar o dia todo digitando mais e mais beneficios!